quarta-feira, 4 de maio de 2011

FORMAS DE ENDIVIDAMENTO - Parte II

CARTÕES DE CRÉDITO
O uso dos cartões de crédito é hoje considerado uma das principais e maiores causas de endividamento das famílias, não só em Portugal, como em todo o mundo, pois o acesso a esta forma de financiamento esta cada vez mais facilitado, até mesmo junto dos jovens.

Se decidir usar este método de pagamento, sugiro que o faça apenas esporadicamente, para fazer face a uma emergência, ou quando está em viagem, ou ainda quando não tem à disposição outro meio de pagamento alternativo.
O segredo para controlar os saldos do Cartão de Crédito, é ter apenas um, com um plafond reduzido, escolher um que tenha uma taxa de juro razoável e fazer os pagamentos sempre na totalidade do valor das compras efectuadas, para assim evitar os juros que são bastante elevados.
Ao escolher o seu cartão de crédito, para além da taxa cobrada, deverá também considerar aqueles que lhe poderão proporcionar alguns benefícios pela sua utilização, nomeadamente a devolução de uma percentagem das compras efectuadas, a acumulação de milhas aéreas, ou ainda o diferimento do pagamento de uma compra para um mês depois, sem o pagamento de juros.

RECONCILIAÇÃO DE CRÉDITOS
São cada vez mas as empresas no mercado, a oferecer este produto. Com o crescimento do endividamento das famílias, devido à proliferação de vários tipos de créditos, a Reconciliação de Crédito, vem propor a juntar todas as prestações numa só, diminuindo assim o valor total a pagar todos os meses.
Aparentemente esta é uma boa solução e para algumas famílias vai contribuir para aumentar a margem de manobra dos seus orçamentos apertados. Mas esta solução só deve ser utilizada em ultimo recurso, pois para que a valor a pagar todos os meses diminua, o tempo que vamos pagar esse crédito irá aumentar significativamente.

Estes casos são o exemplo  da situação que devemos evitar - a RODA - em que nos limitamos a trabalhar arduamente todos os meses, para pagar as nossas dividas, sem termos qualquer capacidade de poupar.

CRÉDITO HABITAÇÃO
A grande maioria dos portugueses vive em casa própria e uma das maiores fatias do orçamento familiar é para pagar o empréstimo à habitação. Por causa de valorizações sucessivas dos imóveis num passado recente, costuma-se dizer que a compra de casa é um bom investimento, logo o empréstimo para a sua compra trás mais benefícios, do que inconvenientes e que estamos a pagar todos os meses uma mensalidade, para algo que um dia vai ser nosso. É curioso ouvir a defesa destes argumentos que pressupõem um planeamento a 30, 40, ou até mesmo 50 anos (duração mais comum do empréstimo habitação), quando a maior parte das pessoas não tem por hábito ou simplesmente não consegue planear a mais de 1, 3 ou 5 anos.

Quando for tomada a decisão de investir em habitação, deve ser ponderado arrendamento ou a compra. No caso de um jovem, que está a iniciar a sua vida profissional poderá não fazer sentido optar pela compra, pois irá criar algumas limitações de mobilidade, podendo condicionar o seu futuro profissional ou até mesmo financeiro.

A compra de uma casa tem também um conjunto de custos associados, que ultrapassam muitas vezes 5% do valor das casas, despesas essas às quais não conseguimos fugir, nomeadamente o Dossier Bancário, Registos, Imposto de Selo, IMT, Escritura. Para além destas despesas, temos também de contar com as despesas obrigatórias por sermos proprietários, das quais destaco o IMI e o condomínio.

Se vão mesmo optar pela compra de uma casa, deverão ter em atenção a vários aspectos, entre eles a localização, exposição solar, acessos, transportes públicos, escolas, se incidem penhoras sobre o imóvel.

Relativamente ao vosso desafogo financeiro, à uma regra simples e fácil de aplicar, quanto ao nível de endividamento:

- O empréstimo para a compra de casa não deve ser superior a 3 vezes o salário bruto anual da família

Sem comentários:

Enviar um comentário